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Non Dormo Ancora

A ACESSIBILIDADE METODOLÓGICA DE TERCEIROS PRESENTE EM POKÉMON RUBY


Igor Mendes - 10 de fevereiro de 2025


Usualmente, ao debatermos sobre a acessibilidade metodológica, uma das 7 principais tipologias existentes no universo da pessoa com deficiência (Fundação Dorina Nowill para Cegos, 2020), tem-se como foco o processo pedagógico envolvendo a pessoa com deficiência e o profissional educador, como a formação adequada do profissional responsável pelo processo e até as práticas pedagógicas utilizadas no cotidiano, como a presença de recursos acessíveis durante as atividades, dando usualmente enfoque aos materiais acessíveis ou adaptados e tecnologias assistivas.

Porém, esse modelo de acessibilidade permite estudos e práticas envolvendo terceiros, a pessoa sem deficiência, o que tradicionalmente não ocorre, mesmo que isso seja extremamente necessário, visto que possui o potencial de inferir na percepção desses indivíduos a respeito de medidas vinculadas ao universo da pessoa com deficiência. Pensando nisso, foi selecionada uma obra de cunho artístico como objeto para esse breve estudo, o jogo eletrônico Pokémon Ruby (ポケットモンスター ルビー [Poketto Monsutā Rubī]). 

Fonte: Pokémon Ruby (2002).

Fonte: Pokémon Ruby (2002).

O jogo, parte de uma franquia multimídia, publicado pela Nintendo junto à sua contraparte Pokémon Sapphire (ポケットモンスターサファイア [Poketto Monsutā Safaia]) em 2002 para o console Game Boy Advance, assim como o jogo sucessor Pokémon Emerald (ポケットモンスター エメラルド [Poketto Monsutā Emerarudo]), possuem uma característica interessante vinculada ao universo da acessibilidade metodológica/pedagógica. A presença do sistema de escrita e leitura tátil Braille em seu enredo.

Uma das histórias secundárias vivenciadas na Região de Hoenn (ホウエン地方), palco do roteiro do jogo, exige em determinados momentos um conhecimento básico do citado anteriormente sistema de escrita e leitura tátil Braille. Além disso, em determinados países onde foi distribuído, foram disponibilizadas, junto às cópias do jogo, tabelas para decodificação do sistema Braille. 

Fonte: Pokémon Ruby (2002).

Imagem 1 - Guia para sistema Braille (Frente) que acompanhava as versões japonesas dos jogos Pokémon Ruby & Pokémon Sapphire.

Fonte: Game Freak (2002).

Imagem 2 - Guia para sistema Braille (Verso) que acompanhava as versões japonesas dos jogos Pokémon Ruby & Pokémon Sapphire.

Fonte: Game Freak (2002).

O sistema de origem francesa, Braille, carrega o nome de seu criador, Louis Braille (1809-1852). Tendo sua primeira versão datada de 1829 e a versão mais popular em 1837 (Grigorciuk, 2009; Instituto Benjamin Constant, 2022). Porém, mesmo sendo um dos signos mais associados à pessoa cega, assim como a bengala, os óculos escuros e os cães guias. A maioria das pessoas cegas não lê o Braille. Isso normalmente está associado à ausência de profissionais qualificados para o ensino de crianças cegas e à falta de materiais no formato, principalmente materiais atualizados.


Entretanto, uma outra motivação se faz presente nesse processo de ausência, uma motivação que raramente é objeto de estudo, a incompreensão das especificidades da pessoa com deficiência e sua vivência por parte da população geral. Neste sentido, o contato com elementos provenientes da cultura das comunidades de pessoas com deficiência visual é de extrema importância, pois evidencia as barreiras experimentadas cotidianamente por essas pessoas. 


A obra lúdica eletrônica Pokémon Ruby, assim como seus pares: Sapphire e Emerald, nesse sentido, influi ou pode influir na compreensão da necessidade de investimentos voltados para o universo da acessibilidade — principalmente na vertente metodológica, por meio da empatia, do estar no lugar do outro, do vivenciar aquilo que por ele não foi vivenciado até então.

BIBLIOGRAFIA

GAME FREAK. Pokemon Ruby & Pokémon Sapphire [Guia para Sistema Braille]. Quioto, Japão: Nintendo. 2002.

GRIGORCIUK. N. Louis Braille, l’inventeur de l’alphabet universel des aveugles. La France en Guinée et en Sierra Leone, Ambassade de France en Guinée et en Sierra Leone (Embaixada da França em Guiné e Serra Leoa), 2009. Disponível em: https://gn.ambafrance.org/Louis-Braille-l-inventeur-de-l. Acesso em: 10 fev. 2025. 

FUNDAÇÃO DORINA NOWILL PARA CEGOS. Conheça 7 tipos de acessibilidade para tornar nossa sociedade mais inclusiva. Fundação Dorina Nowill para Cegos, São Paulo. 2020. Disponível em: https://fundacaodorina.org.br/blog/sete-tipos-de-acessibilidade/. Acesso em: 10 fev. 2025.

INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT. O Sistema Braille. Instituto Benjamin Constant, Rio de Janeiro, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/ibc/pt-br/pesquisa-e-tecnologia/materiais-especializados-1/livros-em-braille-1/o-sistema-braille. Acesso em: 10 fev. 2025.

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